Sugestões – PARTIS, Práticas Artísticas para Inclusão Social, Fundação Gulbenkian (Programa, Horários e Datas)

Sugestões – PARTIS, Práticas Artísticas para Inclusão Social, Fundação Gulbenkian (Programa, Horários e Datas)

PARTIS – Práticas Artísticas para Inclusão Social, Fundação Gulbenkian

De 12 a 15 de janeiro de 2017

Ao fim de três anos, vários projetos com o apoio do PARTIS – Práticas Artísticas para Inclusão Social mostram o trabalho que têm desenvolvido nas áreas da Música, Teatro, Fotografia, Cinema e até Artes Circenses, num conjunto de apresentações entre os dias 12 e 15 de janeiro.

Foram 17 os projetos de intervenção social junto de crianças e jovens em risco, reclusos e ex-reclusos, imigrantes, pessoas isoladas ou com deficiência, desempregados de longa duração, entre outros grupos vulneráveis, selecionados no final de 2013 para a primeira edição do Partis – Práticas Artísticas para Inclusão Social. O programa de apoio a três anos promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian ajudou a implementar e a consolidar estes projetos, que continuarão o seu percurso, mas que querem mostrar a todos os interessados uma parte do que conseguiram alcançar.

Um dos momentos mais simbólicos neste conjunto de apresentações públicas em janeiro será o concerto A Mão e o Gesto do dia 14 (19:00), no Auditório 2 da Fundação Gulbenkian, pelo projeto Mãos que Cantam, promovido por Histórias para Pensar – Associação.

Fundação Calouste Gulbenkian

O coro de homens e mulheres surdos será acompanhado em palco por elementos do Coro e da Orquestra Gulbenkian, refletindo “um trabalho contínuo cuja finalidade artística é expressar em língua gestual portuguesa determinados conceitos musicais, tais como a noção de intensidade, de polifonia, de métrica e a estrutura formal de uma peça musical, para além da interpretação do poema em si”, explica Sérgio Peixoto, diretor artístico do projeto Mãos que Cantam, que também tem como objetivo a edição de um manual de gestos associados à música, para sensibilizar e ajudar os professores de Educação Musical a integrarem nas suas aulas alunos ouvintes e surdos.

Foi também na música que jovens com necessidades especiais encontraram acolhimento numa orquestra de características únicas, que os juntou a outros jovens músicos de formação clássica e percussionistas étnicos. O Ensemble Juvenil de Setúbal foi criado em 2014 pela mão da A7M, através do Festival de Música de Setúbal, e tem-se dedicado a “libertar os jovens músicos das barreiras culturais e sociais que muitas vezes os aprisionam, permitindo o desenvolvimento das suas capacidades e confiança pessoal ao colaborarem entre si”. Sob a direção de Rui Borges Maia e a colaboração especializada dos músicos Pedro Condinho e Fernando Molina, no dia 15 (16:30), no Auditório 2, o Ensemble Juvenil de Setúbal apresenta-se com um programa que inclui Steve Reich (Music for Pieces of Wood / Música para Peças de Madeira) e a revisitação de Carnaval dos Animais de Saint-Saëns, refletindo “a essência e a amplitude da sua forma de fazer música, bem como a grande diversidade dos elementos que constituem o Ensemble”, sublinha Ian Ritchie, o seu diretor artístico.

O teatro como lugar seguro

No dia 13 (21:00) apresenta-se na Sala Polivalente (Edifício Coleção Moderna), o espetáculo de teatro Nha bairro, Nha casa (como se constrói o futuro?), resultado de um conjunto de improvisações desenvolvido pelo departamento educativo do Teatro Ibisco – o Ibiskode – que trabalha com crianças de territórios sensíveis do concelho de Loures mas também com crianças de “lugares que dizemos mais seguros”. Kode é justamente a palavra em crioulo que designa “filho mais novo”, uma forma afetiva que o Teatro Ibisco tem de se referir aos mais novos que se juntam aos “irmãos mais velhos” para, de coração aberto, contar histórias que falam de medo e de ruas sujas, mas também do sonho de reconstruir os seus lugares e dar-lhes um nome – casa. É também no teatro que o Conselho Português para os Refugiados encontra uma forma de acolher pessoas de origens tão diferentes como a Rússia, o Sri Lanka, a China, a Colômbia, o Kosovo ou a Costa do Marfim. Com o projeto Refúgio e Teatro: Dormem Mil Gestos nos Meus Dedos, o teatro tornou-se um porto de abrigo, uma nova família, onde estas pessoas podem treinar a língua portuguesa e aprender mais sobre o país que os recebe. Em Portugal, procuram fugir das atrocidades e da repressão. Subirão ao palco da Sala Polivalente para apresentar Fragmentos no dia 15 (19:00).

Nestes dias haverá projeções, como a do filme que reúne excertos das curtas-metragens realizadas por crianças e jovens de várias regiões do país que participaram nas oficinas organizadas por Os Filhos de Lumiére, em paralelo com fragmentos de making-of sobre a construção desses filmes. Chama-se O Mundo à Nossa Volta e neste documentário procura-se refletir e revelar o processo de criação cinematográfica enquanto forma de desenvolvimento pessoal, de expressão artística, de conhecimento de uma nova linguagem, de partilha e contacto com os outros e com o mundo.

Também o documentário Onde as Oliveiras Crescem os Homens Não Morrem testemunha “uma história de crença de que a arte pode desempenhar um papel ativo na sociedade”. O filme de Tiago Moura e Pedro Pires vai ao encontro das quatro aldeias do interior de Portugal – Barbaído, Chão da Vã, Freixial do Campo e Juncal do Campo – onde tem sido desenvolvido o projeto Há Festa no Campo/Aldeias Artísticas, promovido pela Associação Ecogerminar.

Haverá ainda apresentações do projeto Mala Mágica – Artes Circenses para a Cidadania, com um ateliê de artes circenses e capoeira organizado pelo Chapitô, do projeto Este Espaço que Habito, pelo Movimento de Expressão Fotográfica, e do projeto URB, pela OCT Terratreme Oficina.

No dia 13, uma conferência irá discutir como a arte pode ser motor de inclusão e mudança social, contando para isso com a participação de François Matarasso, investigador e consultor há mais de três décadas na área das práticas artísticas comunitárias, Paulo Lameiro, diretor artístico do projeto Ópera na Prisão e Rui Vieira Nery, entre outros.

Programa

12 de Janeiro
21:00
CIDADE (episódio piloto) |Filme | Projeto URB/OCT Terratreme

13 de Janeiro
10:30 / 18:00
Conferência Arte e Esperança: percursos de práticas artísticas para a inclusão (com transmissão em direto)

21:00
Nha bairro, Nha casa (como se constrói o futuro?) | Teatro Teatro IBISCO/Ibiskode – Departamento Educativo

14 de Janeiro
10:30 / 11:30
Workshop Artes Circenses | projeto Mala Mágica/Chapitô
Workshop Capoeira | projeto Mala Mágica/Chapitô

15:00
Este Espaço que Habito | Documentário sobre o projeto promovido pelo Movimento de Expressão Fotográfica

16:30
Orquestra Geração de Amarante | Concerto

19:00
A Voz e o Gesto | Concerto
Projeto Mãos que Cantam com elementos do Coro e Orquestra Gulbenkian

21:00
Onde as Oliveiras Crescem os Homens Não Morrem | Documentário sobre o projeto Há Festa no Campo/Aldeias Artísticas

15 de Janeiro

15:00
O Mundo à Nossa Volta | Documentário sobre o projeto promovido por Os Filhos de Lumière
16:30
Ensemble Juvenil de Setúbal | Concerto
19:00
Fragmentos | Grupo RefugiActo/Refúgio e Teatro | Teatro

Janeiro 11th, 2017 Por